Dialética dos trópicos: o pensamento colonizado da Cepal

Não se concebem teorias de desenvolvimento sem a dimensão autônoma da produção tecnológica, base da valorização comparativa dos fatores nacionais de produção. O modelo econômico da CEPAL visou a substituir importações com o uso de pacotes tecnológicos de corporações estrangeiras. Ademais, essas teorias "descolaram" da realidade física, subordinando-se às finanças e à moeda de referência, ente abstrato que ignora a Natureza, a Ciência. a Ecologia e o Trabalho, agindo no interesse arbitrário da oligarquia externa emissora. Enquanto o País substituía importações, industrializava-se pela atração de corporações estrangeiras. Na verdade, estava se entregando a alma ao diabo. As empresas de capital nacional aumentavam, embora, pelo modelo, sempre dependentes dessas corporações na questão tecnológica. A Secretaria de Tecnologia Industrial veio, no fim dos anos 60, para promover autonomia tecnológica. A resposta do colonialismo foi implacável e truculenta, a partir de 1979; a STI foi fechada e seu acervo destruído. As fabricas de tecnologia deixaram de existir; as empresas nacionais não mais buscaram a independência tecnológica e a maioria pereceu. Todo esforço nessa direção desapareceu nos anos 80. Era a globalização, a destruição do nacional. Como domínio tecnológico é poder, quem não o tem é subjugado e perde a liberdade, vira dependente, periférico, colonial. Nação sem produção autônoma perde a soberania, não conduz mais seu destino, vira colônia.